Parece enredo de filme de ficção científica, mas é real: o Reino Unido está testando um sistema que tenta prever quem tem maior chance de cometer crimes graves, como assassinatos. A iniciativa, chamada “compartilhamento de dados para avaliação de risco”, utiliza algoritmos e dados pessoais para identificar possíveis comportamentos violentos antes que eles aconteçam.
O programa cruza milhares de registros de pessoas que já passaram pelo radar da polícia ou do sistema judiciário. Entre os dados considerados estão: nome, etnia, histórico criminal, saúde mental, automutilação, violência doméstica e até o primeiro contato com a polícia — mesmo que a pessoa tenha sido vítima.
Segundo autoridades, o objetivo é usar esses padrões para agir preventivamente e evitar crimes graves. No entanto, a proposta tem gerado polêmica.
Organizações como a Statewatch alertam que o sistema pode reforçar preconceitos estruturais, ao direcionar ainda mais vigilância sobre minorias e populações vulneráveis. Para os críticos, a ferramenta não identifica criminosos em potencial, mas escancara as desigualdades sociais já existentes, tratando possíveis vítimas como suspeitos.