O ano de 2024 foi marcado por uma série de acidentes e desastres, naturais ou não, que afetaram diversas regiões do Brasil, deixando um saldo de vítimas, destruição e desafios para reconstrução.
Nesse sentido, o Portal A TARDE preparou uma retrospectiva desde o início deste ano, até o seu fim, para relembrar as notícias que tiveram mais destaque no cenário brasileiro.
Enchentes
Entre abril e maio, o Rio Grande do Sul foi atingido por chuvas intensas que provocaram enchentes e enxurradas. Esse acontecimento fez com que as bacias dos rios Caí, Gravataí, Jacuí, Pardo, Sinos e Taquari, além do Lago Guaíba e da Lagoa dos Patos, transbordassem e a água invadisse os municípios e áreas no entorno.
O evento afetou mais de 2 milhões de pessoas, 478 cidades foram afetadas (o que representa mais de 90% dos municípios gaúchos), deixou mais de 4 mil desalojados, 183 mortos e 27 pessoas ainda estão desaparecidas, de acordo com a última atualização da Defesa Civil.
Entre janeiro e setembro, as catástrofes naturais no Brasil causaram prejuízos de pelo menos US$ 6,4 bilhões (R$ 37,3 bilhões), indica um novo relatório da Aon, multinacional britânica que trabalha com gestão de riscos e resseguros. Os maiores danos foram atribuídos às enchentes no Rio Grande do Sul, causando cerca de US$ 5 bilhões (R$ 29,14 bilhões) em perdas financeiras.
Queimadas
Ao longo de 2024, os três biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado e Pantanal) enfrentaram secas extremas, que favoreceram o alastramento de incêndios. Entre janeiro e setembro de 2024, 22,38 milhões de hectares foram queimados no Brasil, 150% a mais do que em 2023.
Na maior parte do Brasil, os incêndios se intensificaram entre agosto e outubro, com um pico em setembro, revelando 10,65 milhões de hectares queimados. As regiões mais afetadas foram São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Rondônia e Amazonas.
Com a forte estiagem, o país registrou mais de 260 mil focos de queimadas, segundo dados do sistema BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Houve um aumento de 40% em relação a 2023, com danos de estimados US$ 360 milhões, segundo relatório da Aon.
Neste ano, São Paulo quebrou o recorde histórico de focos de incêndio e a América do Sul apresentou o pior índice em 26 anos. A seca que atingiu o país teve uma repercussão ainda maior, com prejuízos estimados de US$ 470 milhões no período.
Acidentes
Em 7 de janeiro, uma batida entre um caminhão e um ônibus de turismo deixou 25 pessoas mortas e 5 feridas na BR-324, trecho entre as cidades de São José do Jacuípe e Gavião. Das 25 vítimas fatais, 22 estavam no ônibus e três no caminhão – entre elas estão homens, mulheres, gestante, crianças e adolescentes. Os passageiros do ônibus moravam em Jacobina e viajaram no dia anterior ao acidente para a praia de Guarajuba, na Região Metropolitana de Salvador.
No dia 21 de janeiro, oito pessoas morreram e seis ficaram feridas após uma embarcação naufragar no município de Madre de Deus, na Baía de Todos os Santos. As vítimas voltavam de uma festa na Ilha de Maria Guarda em direção a cidade de Madre de Deus. A Marinha do Brasil tinha informado que a embarcação fazia transporte irregular de passageiros. O veículo “Gostosão FF” é inscrito na classe “saveiro”, para uso exclusivo em atividades de esporte ou recreio. Isso significa que o barco não era habilitado para o uso comercial.
Em 9 de agosto, uma aeronave ATR-72 da companhia aérea Voepass, com 62 pessoas a bordo, caiu e não deixou sobreviventes. O avião saiu com 58 passageiros e quatro tripulantes, às 11:58, do município de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, São Paulo, mas caiu em uma área residencial na cidade paulista de Vinhedo. Segundo a Voepass, a aeronave não possuía restrições e estava apta para voar. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e a Polícia Federal investigam o acidente.
No dia 27 de novembro, dois homens morreram após deslizamento de terra atingir casas no bairro da Saramandaia, em Salvador. As vítimas, identificadas como Paulo Andrade, de 18 anos, e Gerson Alexandrino Santos Júnior, de 23 anos, morreram em localidades diferentes. De acordo com dados do Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil de Salvador (Cemadec/Codesal), a estação meteorológica de Ondina, usada como referência histórica, registrou um acumulado de 322,8 mm em novembro, o maior índice para o mês desde 1963.
Fonte: A Tarde
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