BTCA e Reforma Cia de Dança estreiam espetáculo “Eró”, um olhar artístico sobre o tempo

Uma obra para refletir sobre a estrutura do tempo espiralar e a temporalidade nas artes cênicas. “Eró“, novo espetáculo do Balé Teatro Castro Alves (TCA) em parceria com a Reforma Cia de Dança, propõe o encontro de múltiplos ciclos, quando o passado, presente e futuro coexistem em um mesmo espaço de experiências e memórias. Com dramaturgia e direção assinada por Jorge Vermelho, co-direção de Guego Anunciação e coreografia de Henrique Rodovalho, o espetáculo “Eró” estreia nos dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro, às 20h, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA). Ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria do TCA ou pela plataforma Sympla.  

Inspirado nas culturas africanas, indígenas e afro-brasileiras, o espetáculo leva a palavra “Eró“, que tem o significado de segredo da língua Iorubá. Através dessas referências, a dramaturgia da obra busca o diálogo entre a tradição e a modernidade, conectando o público com os ciclos da vida e promovendo, em cena, o encontro entre gerações mais velhas com artistas das novas gerações. Essa conexão é fruto do intercâmbio artístico promovido pela companhia pública de dança da Bahia ao receber a Reforma Cia de Dança, durante quatro meses, no Espaço Xisto Bahia, sede provisória do BTCA. 

A união marca o retorno do projeto “BTCA Residência”, que fortalece o compromisso de promover a arte como espaço de transformação, onde a dança se torna a linguagem de conexão e crescimento, transformando o presente em uma espiral de possibilidades futuras. “O retorno do projeto BTCA Residência, do Balé Teatro Castro Alves, em 2024 é um símbolo do encontro entre passado, presente e futuro. O projeto, que teve sua primeira edição em 2008, abre as portas da Companhia para a trocas artísticas, agora, em parceria com a Reforma, numa experiência que une trajetórias, histórias e vivências dos grupos no palco”, avalia Guilherme Hunder, diretor executivo do BTCA. 

“Eró” aborda o tempo como um tecido onde cada fio se entrelaça, formando uma rede complexa de significados que evidencia a interdependência entre os seres e o universo. Essa reflexão sobre a temporalidade artística tem como resultado um espetáculo que traz corpos diversos que constroem novos diálogos e convocam novas danças. “ERÓ não recria um ciclo, e também não encerra outros. Estabelece um espaço de diálogo e ressignificação, permitindo que o tempo se manifeste como uma espiral de experiências vividas, onde o passado ilumina o presente e molda o futuro, que será visitado pelo passado, invariavelmente”, reflete o diretor Jorge Vermelho. 

Para Guego Anunciação, diretor da Reforma Cia de Dança, o encontro entre os corpos de balé da companhia pública de dança e da Reforma tem proporcionado uma experiência enriquecedora: “Tem sido interessante vivenciar a partilha entre corpos diversos e reconhecer o quão fundamental a dança é não só para nossas vidas, mas para toda uma sociedade, afinal, nestes quatro meses, estamos trabalhando com um assunto que é fundamental para a geopolítica do mundo, a partir da junção de dois grupos artísticos que contribuem com o desenvolvimento do setor da dança, de forma ininterrupta”.   

SOBRE 

Jorge Vermelho – Ator, cenógrafo, iluminador e diretor teatral, foi diretor do Balé Teatro Castro Alves (BTCA) de 2009 a 2014. É fundador e diretor artístico da Companhia Azul Celeste, em São José do Rio Preto/SP, desde 1989, onde realiza investigações nas artes cênicas. Também atuou como curador e coordenador executivo do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT Rio Preto) de 2001 a 2009 e de 2017 até hoje, além de coordenar o Janeiro Brasileiro da Comédia. Recebeu mais de 150 prêmios nacionais de teatro. 

Henrique Rodovalho – Diretor artístico, sócio-fundador, coreógrafo e iluminador da Quasar Cia de Dança, criou e iluminou 29 espetáculos. Atuou como ator e bailarino até 1988, quando começou sua carreira como coreógrafo e iluminador e que já lhe renderam prêmios nacionais e internacionais. Foi coreógrafo convidado de diversas companhias de dança no Brasil e no exterior, como a São Paulo Companhia de Dança e o Nederlands Dans Theater. 

Reforma Cia de Dança – Fundada em 2012, a Reforma é uma companhia independente com sede em Salvador, Bahia, e ao longo de mais de uma década tem se destacado pela criação e difusão da dança contemporânea. Com um repertório extenso de obras coreográficas, a companhia tem participado de diversos festivais e mostras de dança no Brasil e no exterior. Além da criação artística, a Reforma Cia de Dança também tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento formativo de novos talentos, oferecendo aulas abertas e oficinas de técnicas de dança para a comunidade de bailarinos emergentes. 

BTCA Residência – Reafirmando seu compromisso com a dança como expressão artística, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) retoma com o projeto “BTCA Residência”, lançado inicialmente em 2008, que busca ampliar seu papel como formador de novas gerações de artistas e como plataforma de diálogo entre diferentes vertentes da dança contemporânea. A iniciativa busca aprofundar a compreensão sobre o dever da companhia enquanto instrumento para promoção de políticas públicas para a dança, analisando sua contribuição histórica e sua capacidade de adaptação às novas demandas sociais. 

Companhia pública de dança contemporânea fundada em 1981, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) é um corpo artístico estável do Teatro Castro Alves (TCA), vinculado à Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA).