domingo | 24.11 | 11:27 AM

Mês em celebração da Consciência Negra tem programação contemplada por editais da FGM

A partir desta segunda-feira (18) a 22, a Casa de Castro Alves será palco do curso de formação de negras empreendedoras, promovido por diferentes formadoras para um grupo de 30 mulheres.

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A Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio dos editais Territórios Criativos e Salcine, está promovendo diversos eventos em celebração ao mês da Consciência Negra em Salvador. O público já teve a oportunidade de conferir algumas atrações, a exemplo dos shows de Taian Paim e Ju Santos e da Conexão Ori, com Russo Passapusso, todos eles na Casa de Castro Alves, no Santo Antônio Além do Carmo.

Mas a programação segue repleta de novas atividades, abrangendo diferentes gostos e faixas etárias. A partir desta segunda-feira (18) a 22, a Casa de Castro Alves será palco do curso de formação de negras empreendedoras, promovido por diferentes formadoras para um grupo de 30 mulheres.

Já o feriado de quarta (20), Dia da Consciência Negra, o local volta a receber atividade com o Samba 40 Graus, às 16h, com convidados especiais e abertura de DJ Lucas Bainco. Encerrando a programação, o compositor e intérprete Dão Black realiza a Noite Preta, passeando por canções e batidas da Black Music. O horário será divulgado no Instagram da Casa de Castro Alves (@casadecastroalves).

“Estamos com um novembro recheado de grandes expressões da música baiana e de grandes reflexões também, por meio da Conexão Ori e da formação de mulheres negras empreendedoras. Então está sendo um mês muito pensado e aprofundado nessas discussões sobre a cena negra na Bahia”, conta Márcia Ganem, gestora da Casa de Castro Alves e responsável pelo projeto Imersão Poética.

“Temos esse link direto com a produção negra, inclusive por ser a melhor, pois o melhor que a gente tem de música é a música negra. Temos esse canal aberto com a arte negra, com as artes visuais. A celebração do mês de novembro para a Casa de Castro Alves fortalece um diálogo que estabelecemos continuamente, isso acontece de janeiro a janeiro aqui e novembro é uma celebração disso. É estar de portas mais abertas, fortalecendo mais ainda aquilo que foi a mensagem de Castro Alves, um grande abolicionista, enquanto liberdade e dignidade humana. É o que buscamos fazer, dialogando com as artes”, complementa.

Além das experiências musicais e formativas que integram o projeto, as portas do espaço cultural seguem abertas ao público de quinta a sábado, das 14 às 19h, para conhecimento da biografia do autor de “O Navio Negreiro” e apreciação de uma mostra das artes visuais, reunindo alguns dos mais expressivos artistas da Bahia e fazendo uma ponte entre o novo e o consagrado.

O projeto Imersão Poética é financiado pelo edital Territórios Criativos, com recursos da FGM, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo.

 

Festiban – O Festival Beirú das Artes Negras V (Festiban V) está sendo realizado desde o dia 8, com oficinas artísticas nas escolas e apresentações de rua. No dia 24 de novembro, o festival terá uma programação diversificada de encerramento, aberta ao público, no Teatro da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus 1, situado no Cabula. A programação ocorrerá das 9h às 12h e das 16h às 19h.

Pela manhã, o espaço terá uma Gira Temática com o tema Gênero e Religião, com participação de Josias de Xangô, Matriarca da Pedra de Xangô e da sacerdotisa trans Dandara Toaleji Akotirene. À tarde, haverá a mostra artística de grupos dos 22 bairros administrados pela Prefeitura-Bairro Cabula/Tancredo Neves. A programação de 2024 está oferecendo oficinas de teatro, percussão, dança, poesia, música, audiovisual e capoeira.

“Esperamos lotar o teatro, com a ocupação dos 468 lugares. Foram muito bons os trabalhos artísticos selecionados este ano. No ano passado também tivemos bons trabalhos. O Festival Beiru de Artes Negras é uma homenagem ao GBeiru, um africano da terra de Oió, atual Nigéria, que foi escravizado no Brasil pela família Garcia d’Ávila, na Fazenda Campo Seco, que hoje corresponde ao bairro Beiru/Tancredo Neves. Com essa mostra, pretendemos manter viva essa história e tradição do bairro, que surgiu a partir de um quilombo”, conta Robson Correia, diretor artístico e idealizador do festival.

O Festiban visa inspirar jovens negros e negras a explorar a arte como uma poderosa ferramenta de educação e de transformação social, além de manter viva e preservada a história de resistência do líder negro GBeiru. Em cinco anos, o festival já abrangeu 22 comunidades, 88 escolas, 2.3 mil alunos da rede pública, 530 artistas, cinco espaços culturais e uma universidade. A ação é financiada pelo edital Territórios Criativos, com recursos financeiros da FGM e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo.

 

Sarau – No dia 23, ocorrerá a primeira edição do Sarau Afro Cultural do Ilê Axé Opô Afonjá-Ba, que tem como objetivo reunir diversas expressões artísticas, como música, poesia, teatro, gastronomia, dança, literatura, entre outras. O evento ocorre no Ilê Axé Opô Afonjá, no bairro do São Gonçalo do Retiro, e conta com financiamento do edital Territórios Criativos.

 

Cine – Nos dias 28 e 29, o projeto “Cine Terreiro” promove uma mostra de filmes no Subúrbio 360, em Coutos. A iniciativa coletiva e itinerante consiste na exibição de obras audiovisuais em comunidades quilombolas e em territórios de religiões de matriz afro-brasileira e espíritas universalistas. O edital Salcine financia o projeto.