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40 anos de Axé Music: Prefeitura divulga marca do Carnaval de Salvador 2025

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Pedrinho da Rocha foi o convidado para desenvolver a marca do Carnaval de Salvador deste ano, em homenagem aos 40 anos do Axé Music. A escolha do designer, ilustrador e publicitário não foi à toa, claro. Um dos ícones da folia baiana, ele foi responsável por grandes e importantes marcas de blocos e bandas e pela criação do abadá, em substituição às mortalhas, na década de 1990.

“Para mim, é simbólico. Eu não acho que estou encerrando a minha carreira, não tenho essa visão, mas, de certa forma, é um coroamento de um trabalho que eu levei 48 anos fazendo. Estamos comemorando 40 anos de Axé e eu conheci essa galera toda. Eu acompanhei o início da carreira de Luiz Caldas. Luiz ensaiou em meu ateliê em 1983. Luiz foi o artista que deu esse start no que as pessoas chamam de Axé. Chiclete já tocava, Gerônimo, Cheiro, Luiz Muritiba. Então, é um coroamento do meu trabalho e eu me sinto muito honrado e agradecido”, celebrou o artista.

A marca e as ilustrações criadas por Pedrinho irão representar a festa este ano em todas as mídias, outdoor, painéis e anúncios. “O conceito inicial da marca foi esse: ‘movimento e energia’. Eu busquei fazer uma marca que representasse movimento, pois eu acho que tem muito a ver com o Axé Music, e que tivesse uma combinação de cores que passasse essa energia que a música baiana permitiu não só para aqui, mas para o Brasil inteiro”, explicou o designer, que aposta em cores vivas e marcantes e traços autorais.

“Cada letra tem uma composição monocromática. O ‘a’ da palavra axé, por exemplo, tem três tons de vermelho dentro; o ‘x’ tem três tons de verde; o ‘m’ da palavra music tem três tons de lilás. Isso aí dá até uma elegância na tipologia. Ao mesmo tempo que é carnavalesco, aí já é uma coisa mais minha, tem uma elegância, um charme. Cada letra é como se representasse uma fantasia que eu fiz, porque se eu pego a fantasia de um bloco, geralmente eu predomino uma cor só para dar conjunto ao bloco. Cada letra é como uma síntese do que eu fiz esses anos todos”, contextualiza Pedrinho, que sempre imprime características do seu trabalho.

Filho da Folia

Com infância nos Barris, Pedrinho da Rocha, hoje com 67 anos, via o Carnaval na rua onde viveu. Havia Carnaval em alguns bairros do Centro em 1960, a exemplo do próprio bairro dos Barris, Nazaré, Garcia e 2 de Julho. Os trios se encontravam na Avenida Sete de Setembro, que virava um grande palco.

“Quando eu tinha 13, 14 anos, fizemos fantasia com sacos de linhagem e saímos com um cordão e uns batuqueiros, com uns dez meninos pela rua. Foi um sábado de Carnaval. Na época havia carros na avenida. Minha mãe fantasiava a gente. E nós brincávamos no meio da Avenida Sete, meninos. Tudo o que eu fiz na minha vida e que faço até hoje tem essa memória. Não que eu queira, é inconsciente”, relembra o artista, que define o Axé Music como uma forma de o baiano brincar e curtir o Carnaval.

“A ideia é que todo esse mundo que a gente chama de Axé reúne vários ritmos. Dentro do que a gente chama de Axé Music há o ijexá, o samba-reggae, o frevo, o pagode, o galope e o rock, que fez parte por muitos anos do trio elétrico. Há uma ilustração que eu fiz para o Carnaval de Salvador que para mim é a mais sintética de tudo isso aí, que é um trio com um liquidificador em cima, com vários ritmos entrando e saindo em forma de Axé Music. Eu até brinco dizendo que, na verdade, a Axé Music não é um ritmo, é só a forma com que o baiano dança ou brinca“, defende.

 

Fonte: Alô Alô Bahia

Foto: Betto Jr./ Secom PMS e Reprodução