Em um ano repleto de grandes resultados para o esporte brasileiro, os baianos mostraram, novamente, todo o seu potencial e somaram grandes resultados entre diversos esportes. Seja homem ou mulher, do futebol ao boxe, da canoagem as águas, ter o dendê no sangue parece ser uma força a mais para subir em pódios. O portal A TARDE traz a retrospectiva completa de 2024.
No grande palco esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos de Paris, três atletas nascidos na Bahia fizeram bonito e subiram ao pódio, representando mais de 14 milhões de pessoas. No boxe, Bia Ferreira conquistou a medalha de bronze e se tornou a única pugilista, entre homens e mulheres, a somar pódios por duas edições consecutivas, sabendo que ficou com a prata em Tóquio-2021.
E por falar em prata, Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, e Rafaelle, do futebol feminino, arrancaram suspiros e gritos de emoção, com grandes conquistas na competição, e somando medalhas. Enquanto o canoísta garantiu o seu quinto pódio em Jogos, a jogadora se orgulhou do feito pela primeira vez.
No entanto, o esporte brasileiro, e baiano, foi representado muito bem fora da Olimpíada, também sendo motivo de orgulho. Ana Marcela, da maratona aquática, bateu na trave em Paris, ficando na 4ª colocação. Ainda sim, a baiana não deixou o resultado diminuir o seu ano, conquistando a Copa do Mundo de águas abertas, além do título inédito do ‘Rainha do Mar’, na praia de Copacabana.
Ainda na água, desta vez na piscina, Guilherme Caribé teve um ano espetacular, estreando em Jogos Olímpicos. Apesar de não ter somado medalhas, o nadador classificou à final dos 100m livres, sua especialidade, já projetando coisas maiores para a edição de 2028. Além disso, no Mundial da categoria, Caribé somou duas medalhas de prata, agora sendo carinhosamente chamado de ‘surfista prateado’, ao subir no pódio dos 50m e 100m livres.
E seguindo entre os estreantes de Olimpíadas, Paola Reis, do BMX, e Ulan Galinski, do Mountain Bike, representaram não só a Bahia como o Brasil, sendo os únicos do país nas suas respectivas categorias. Apesar da grande responsabilidade, os atletas não se abateram e fizeram bonito na competição.
Dentro da canoagem velocidade, modalidade em que a Bahia domina, foi o nome de Isaquias Queiroz que brilhou, mais uma vez. Além da medalha olímpica, o ubatense garantiu o seu primeiro lugar no pódio seis vezes no Campeonato Brasileiro de canoagem e paracanoagem, se colocando mais uma vez no lugar de lenda. Jacky Goodman e Valdenice Conceição, por sua vez, também fizeram bonito, somando três e cinco medalhas, respectivamente.
Dentro do boxe, modalidade que mais levou baianos aos Jogos Olímpicos, a Bahia brilhou, principalmente, com Beatriz Ferreira, que além da medalha olímpica, migrou para o boxe profissional e já começou a sua trajetória com grandes conquistas. No início do ano, antes do Jogos, Bia já havia conquistado o cinturão do peso-leve, que foi colocado em jogo no dia 14 de dezembro e prontamente defendido, vencendo a disputa de forma unânime. Além dela, Tati Chagas, Keno Marley, Binha Santos e Wanderley Pereira também somaram pódios.
Força feminina e resiliência esportiva
O ano de 2024, para além das conquistas da Bahia, foi um ano das mulheres. Pela primeira vez, a Delegação Brasileira teve maioria feminina nos Jogos Olímpicos, com 55%, um feito histórico. Os números refletiram nos resultados, com maioria das medalhas em Paris vindo das atletas. Ao todo, foram 20 pódios: três ouros, sete pratas e 10 bronzes.
Entre a principal conquista da competição, que é a medalha de ouro, todas vieram de mulheres, sendo Rebeca Andrade, da ginástica artística, Bia Souza, do judô, e Ana Patrícia e Duda, do vôlei de praia, algo que nunca havia acontecido na história do Time Brasil em Olimpíadas.
Todas as atletas criaram as suas próprias histórias, mas com algo em comum: a resistência e força de vontade. No caso de Rebeca Andrade, as três cirurgias para tratar lesões do ligamento cruzado anterior foram apenas um detalhe para subir ao lugar mais alto do pódio, após uma grande atuação no solo e somar a sua sexta medalha olímpica, se tornando a única atleta do Brasil, entre homens e mulheres, com este número.
Beatriz Souza, do peso-pesado, deixou de lado todos os preconceitos sofridos pelo caminho e não desistiu, mesmo estreando em Jogos aos 26 anos, batendo na trave nas seletivas anteriores. Do interior de São Paulo, a judoca não se abateu e manteve o sorriso no rosto, podendo soltar o grito de “eu sou campeã olímpica”, levando uma multidão ao choro de felicidade. Bia liderou a melhor campanha do judô Brasileiro, que somou quatro medalhas.
No penúltimo dia de Jogos Olímpicos, foi a vez da mineira Ana Patrícia e da sergipense Duda Santos fazerem história, conquistando o primeiro ouro do vôlei de praia feminino após 18 anos. Em uma campanha perfeita, com 100% de aproveitamento, a dupla número 1 do ranking venceu a dupla do Canadá por 2×1, marcando seus nomes no olimpo do esporte.
Preconceito x Recorde: O esporte paralímpico orgulha o Brasil
Se a expectativa da Olimpíada era maior do que três ouros, o resultado do Time Brasil nos Jogos Paralímpicos foi acima de excepcional, batendo todos os recordes. Com a segunda maior delegação da história, a delegação brasileira ficou entre as melhores do início ao fim.
Liderados por Gabriel Araújo e Carol Santiago, ambos da natação, o Time Brasil conquistou a melhor colocação da sua história, batendo o recorde de ouros e medalhas conquistadas. Ao todo, foram 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, totalizando 89 pódios. Anteriormente, o melhor desempenho havia sido em Tóquio-2021, com 17 ouros e 68 medalhas.
Reconhecimento dos grandes feitos
Como reconhecimento das grandes conquistas, o Prêmio Brasil Olímpico divulgou os ‘Melhores do ano’, com título para cinco atletas, nas suas respectivas modalidades: Ana Marcela, Beatriz Ferreira, Isaquias Queiroz, Paola Reis e Ulan Galinki.
Entre os demais vencedores, a principal premiação da noite, o troféu Rei Pelé, foi para Rebeca Andrade, no feminino, e Caio Bonfim, medalhista de prata na marcha atlética em Paris, do masculino.
Fonte: A Tarde
Foto: Alexandre Loureiro/COB.