As promoções, entretanto, passaram longe de serem definidas como fáceis. Ambas as equipes chegaram a ocupar posições próximas da zona de rebaixamento à Série C e contaram com mudanças no comando técnico. O Rubro-Negro iniciou a disputa com o treinador Mariano Soso, contratou Guto Ferreira, que foi demitido do cargo após cinco partidas à frente do Sport. A gestão do presidente Yuri Romão, portanto, contratou o português Pepa durante o segundo turno, que foi quando a evolução do time começou a ficar cada vez mais ascendente.
O Leão da Ilha conquistou a promoção de forma dramática na 38ª rodada. O clube pernambucano não dependia somente dos seus esforços, já que precisava vencer o Santos, na Ilha do Retiro, e contar com um tropeço do Novorizontino, que estava no G-4 e dependia apenas dos seus esforços para subir. Dito e feito. O Rubro-Negro venceu o Peixe por 2 a 1 e, contando com um pouco de sorte, garantiu a vaga na elite do futebol brasileiro.
O Ceará, por outro lado, iniciou a Série B com o conhecido Vagner Mancini e, após passar o primeiro turno completo brigando por colocações no meio da classificação, o Alvinegro optou por contratar o técnico Léo Condé e lhe atribuiu o objetivo de conquistar o acesso, coisa que naquela ocasião era atribuída como improvável. A decisão, entretanto, foi acertada e o treinador que foi campeão da competição pelo Vitória, mais uma vez conquistara a promoção à Série A, dessa vez pelo Vozão.
A única coisa pior do que ser rebaixado pela primeira vez em sua história é jogar uma segunda divisão de forma inédita e preencher o currículo de uma equipe enorme com a indesejada competição. Foi nesse clima que o Santos disputou pela primeira vez a Série B do Brasileirão e, mesmo passando por oscilações durante o torneio, o Peixe conquistou o acesso sem muitas dificuldades.
O clube paulista possuía a pretensão de conquistar o título com tranquilidade e antecedência, objetivo que foi concretizado graças ao tropeço do Novorizontino, principal concorrente direto, após o Alvinegro amargar uma derrota em casa para o CRB. A situação, entretanto, não foi bem vista pela diretoria do Santos, que optou por retirar o técnico Fábio Carille do comando antes da última rodada mesmo com o time permanecendo no topo durante todo o campeonato.
Outro time natural do estado de São Paulo que teve motivos para comemorar foi o Mirassol, que sacramentou o acesso à Série A pela primeira vez em sua história. Sob comando do treinador Mozart, o ‘Leão Caipira’ se manteve entre os quatro melhores durante quase todo o torneio e foi a segunda equipe a garantir uma vaga na elite do futebol brasileiro.
Outros quatro clubes paulistas, por outro lado, não tiveram tantos motivos para comemorar quanto Santos e Mirassol. O Grêmio Novorizontino é um deles, já que o time se manteve constante do G4 ao longo da competição a ponto de depender somente dos seus esforços para se classificar à Série A, mas após perder fora de casa para um Goiás sem nenhuma pretensão, o Tigre acabou perdendo a vaga para o Sport na última rodada da Série B.
Guarani, Ituano e Ponte Preta completam a lista de times do estado de São Paulo descontentes com a temporada que realizaram por amargarem um rebaixamento à Série C do Brasileirão. O Brusque, de Santa Catarina, terminou em 19º colocado e também foi rebaixado à terceira divisão.
Na primeira fase, o Tricolor, que foi a campo com Dell, Gabriel Carioca e companhia, foi o líder do Grupo 2, garantindo sem dificuldades a vaga para o mata-mata. O Rubro-Negro terminou a etapa em segundo lugar, atrás somente do Estrela de Março, clube natural de Salvador que também se destacou muito nas divisões de base neste ano, mas não conseguiu eliminar o Leão da Barra nas semifinais após perder no placar agregado por 3 a 2 no torneio.
Na grande decisão, entre Bahia e Vitória, o Tricolor utilizou o time sub-20 após ser eliminado na primeira fase do Brasileirão da categoria, o que lhe atribuiu uma pequena vantagem em relação ao rival. Com direito a Ruan Pablo, Roger Gabriel e Tiago em campo, os Pivetes de Aço venceram no agregado por 4 a 1, garantindo o sexto título consecutivo do Esquadrão na competição e o oitavo em sua história.
Na categoria sub-17, o Estrela de Março foi novamente a surpresa do campeonato após chegar à grande decisão eliminando o Leão da Barra nas semifinais e vingando o time sub-20. Na final contra o Bahia, o Esquadrão, comandado por Dell, Gabriel Carioca e o goleiro Jampa, levou a melhor, vencendo por 3 a 2 no agregado e garantindo o título do torneio pela terceira vez e se tornando o maior campeão.
O Campeonato Baiano sub-15 voltou a marcar um clássico Ba-Vi na grande final. O Tricolor, detentor do melhor ataque e da melhor defesa do torneio, desbancou o Rubro-Negro na decisão, que terminou em 3 a 0 no placar agregado. Comandado por Fábio Ryan e Jonathan Marinho, os Pivetes de Aço conquistaram o título do torneio pela quarta vez consecutiva e o quinta em sua história.
Após duas temporadas sem jogar uma competição nacional, o Rubro-Negro se classificou para a Série A3 do Campeonato Brasileiro, o que lhe atribuiu o objetivo de conquistar o acesso à segunda divisão. Avançando com tranquilidade às quartas de final da competição, depois de eliminar Confiança-SE e Acauã-AL, as Leoas receberam o União-RN, pelo duelo eliminatório valendo a classificação. Após vencer pela vantagem mínima fora de casa no jogo de ida, o clube baiano sacramentou a vaga vencendo por 2 a 0 na volta.
Com o acesso garantido, o Vitória seguiu na competição buscando o título da Série A3, no entanto, o Rubro-Negro amargou uma eliminação para o Paysandu, na semifinal. A equipe comandada pelo técnico Anderson Magalhães saiu perdendo por 2 a 0 no primeiro jogo, conseguiu igualar o placar na volta, mas perdeu o confronto na disputa por pênaltis. Posteriormente, o Vasco se tornou o campeão do torneio, desbancando a equipe paraense.
O torcedor do Bahia, por outro lado, nunca vai se esquecer do ano de 2024. Sob comando de Lindsay Camilla, treinadora com título de Libertadores no currículo, que chegou no início da temporada, as Mulheres de Aço disputaram a Série A2 do Brasileirão visando retornar à elite do futebol nacional. O Tricolor, portanto, foi avassalador na primeira fase do torneio, assumindo a liderança do Grupo A, conquistando cinco vitórias, um empate e uma derrota em sete partidas.
Classificado para às quartas de final, o Esquadrão de Aço precisava vencer o JC, do Amazonas, para conquistar o objetivo da temporada e retornar à Série A1. Após uma vitória, por 2 a 0, tranquila no jogo de ida, o clube baiano empatou sem gols com a equipe amazonense e garantiu a classificação através do placar agregado. Na semifinal, o Bahia desbancou o Sport, por 4 a 1 no agregado, e sacramentou a vaga na grande final. Diante do 3B Sport, de Manaus, as Mulheres de Aço conseguiram um empate importante fora de casa no primeiro jogo, levando a decisão para o Estádio Pituaçu.
Com gols de Vilma e Ary, o time azul, vermelho e branco venceu por 2 a 1 e conquistou o primeiro título nacional da história da equipe feminina. Após a importante conquista, a treinadora Lindsay, no entanto, deixou a equipe rumo ao Al-Ittihad, da Arábia Saudita, o que forçou o Bahia a contratar o técnico Felipe Freitas para o segmento da temporada.
As Mulheres de Aço, por outro lado, não sentiram a mudança de comandante e atuou de forma avassaladora no Campeonato Baiano. Após uma primeira fase, que marcou incríveis 94 gols feitos e um sofrido, o Tricolor foi líder do Grupo 2 e avançou para a semifinal da competição.
O Vitória também fez bonito no torneio, assumindo a liderança do Grupo 1 e se classificando para a fase mata-mata. Nesta etapa, o Bahia e o Rubro-Negro sacramentaram a vaga na final com facilidade, aplicando mais goleadas insuperáveis. Foi nesta degrau que o Esquadrão aplicou o resultado mais largo da competição, vencendo o FSA por 20 a 0.
Na grande decisão, a equipe comandada por Felipe Freitas impôs sua superioridade técnica, conquistou a vitória diante do maior rival na ida e na volta, consolidando o placar de 5 a 0 no agregado. Com o resultado, o Bahia conquistou quinto título consecutivo do Baianão e o segundo na temporada.
O grande feito ainda classificou a equipe para o seu primeiro torneio internacional na história do time feminino. O Tricolor disputa a Brasil Ladies Cup, competição disputada por clubes nacionais e internacionais.
Fonte: A Tarde
Foto: Paulo Paiva / Sport Recife