A cantora Luedji Luna concentrou um mar de gente no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, na noite desta quarta-feira (20), em show homenageando a nigeriana Sade no Dia da Consciência Negra. O espetáculo faz parte do Novembro Salvador Capital Afro, calendário com atividades planejadas e apoiadas pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), dedicadas à celebração e valorização da cultura afrodiaspórica da cidade.
Às 20h25, a artista subiu ao palco ao som de Kiss of Life, acompanhada do coro da plateia que lotou o Largo da Mariquita. No repertório, as conhecidas Smooth Operator, Cherish The Day e The Sweetest Taboo.
“Estou aqui na minha cidade Salvador homenageando em vida essa grande artista. Só tenho a agradecer à Prefeitura pela oportunidade. Para quem não sabe, eu sou baiana, cria do Cabula”, destacou Luedji.
Durante o show, a artista relembrou ainda sucessos da carreira, a exemplo de Acalanto, Banho de Folhas e Blue. Ela fechou a apresentação perto das 22h com No Ordinary Love, embalando os soteropolitanos apaixonados – e os solteiros também. “Muito obrigada, Salvador, viva Sade”, agradeceu.
O ator de teatro João Figuer, de 55 anos, era um dos presentes no público à espera de Luedji. “Estou aqui especialmente para assistir ao show em um dia que é tão emblemático para cidade. Para mim, é até curioso que Salvador não tinha esse feriado, e finalmente a gente tem. Sou fã de Luedji e muito fã de Sade porque marcou minha geração. Eu namorei muito ouvindo essas músicas, então hoje eu estou com a expectativa de assistir esse show, de curtir esse dia tão importante e ouvindo duas cantoras que eu amo”.
O transformista e publicitário Edson Júnior, a Scarlett Sangalo, de 40 anos, também aproveitou a noite para curtir a apresentação. “Eu estava com uma expectativa muito grande porque é um show fantástico. A Luedji arrasa nos shows, ainda mais cantando Sade, que é uma referência internacional, mulher negra também, como a própria Luedji. É fantástico, eu moro aqui próximo do Rio Vermelho e ter esse show de graça é maravilhoso. E num dia tão emblemático que é o primeiro feriado no Dia da Consciência Negra”.
O secretário de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, destacou o ineditismo do show para a capital baiana e a estratégia de movimentar o calendário de atividades afrocentradas: “É um dia muito especial, simboliza muita coisa. Este é o segundo ano do Salvador Capital Afro, que virou um projeto, uma política pública que envolve várias coisas, entre elas esse calendário de Afroturismo, colocando a cidade numa nova alta estação em novembro, valorizando os artistas negros, a cultura negra”.
Programação – A programação do Novembro Salvador Capital Afro prossegue até o final deste mês, conectando uma série de estratégias e de iniciativas não somente da Prefeitura, mas um calendário de eventos nacionais e internacionais, eventos de negócios, de inovação, como o InovaHack ocorrido no último final de semana.
A Escadaria do Passo, no Centro Histórico, por exemplo, será palco para diversas. A banda Didá abre a programação já nesta sexta-feira (22). No sábado (23), o Samba Síbí Dúdú ocupa o Espaço Cultural da Barroquinha, em comemoração aos quatro anos do projeto.
No mesmo dia, o Ilê Aiyê abre as portas da Senzala do Barro Preto, às 20h, com um ensaio especial de 50 anos. A celebração terá início pelas ruas da Liberdade, com uma caminhada embalada pelo ritmo da Band`Aiyê, entre o Plano Inclinado da Liberdade e a Ladeira do Curuzu.
Ainda no dia 23, é possível conferir o ensaio do bloco afro Malê Debalê e a apresentação do Muzenza na Escadaria do Passo. No Sábado (24), o local recebe a banda A Mulherada, e no domingo (25), as Filhas de Gandhy.