O jejum intermitente é uma das estratégias mais populares para quem deseja perder peso. Um novo estudo mostrou que, de fato, a dieta pode levar ao emagrecimento. Porém, ao mesmo tempo, pode desencadear uma resposta de estresse que leva à queda de cabelo.
O trabalho, publicado na sexta-feira (13) na revista científica Cell, sugere que, embora o jejum intermitente possa proporcionar benefícios à saúde, nem todos os tipos de tecidos e células são beneficiados.
O jejum intermitente é uma estratégia alimentar que consiste em alternar períodos de jejum prolongados (entre 16 e 24 horas) com períodos de alimentação sem restrições. O objetivo principal é o emagrecimento por meio da aceleração do metabolismo, fazendo com que o corpo utilize as reservas de gordura como principal fonte de energia.
Para o novo estudo, os pesquisadores rasparam o pelo de camundongos e os submeteram a um dos dois regimes de jejum intermitente: alimentação com restrição de tempo e jejum em dias alternados, no qual os animais jejuaram por 24 horas e então comeram sua dieta normal pelas 24 horas seguintes.
Ao final de três meses, os animais que fizeram dieta não tinham regenerado tanto cabelo quanto os animais de controle que comeram um número similar de calorias, segundo os autores.
Diante disso, os pesquisadores rastrearam esse efeito até a morte de células-tronco do folículo capilar. Experimentos anteriores mostraram que o jejum intermitente iniciou a comunicação entre as glândulas suprarrenais, órgãos que produzem hormônios do estresse, e as células de gordura na pele.
Essa interferência fez com que as células de gordura da pele liberassem ácidos graxos, que interromperam o metabolismo das células-tronco e causaram danos que, em alguns casos, levaram à morte dessas células.
Para saber se esse efeito acontece com os humanos, os pesquisadores designaram 49 pessoas para um regime de jejum intermitente ou para alimentação sem restrição de tempo, de forma aleatória. O crescimento do cabelo em pessoas que fizeram o jejum foi 18% mais lento do que no grupo controle, segundo os autores.
Testes moleculares realizados nesses participantes sugerem que o fator por trás disso pode ser um mecanismo semelhante ao observado nos camundongos.
Na opinião dos pesquisadores, as descobertas do estudo podem levar a mais investigações sobre os efeitos do jejum nas células do cérebro.
Fonte: CNN Brasil
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