domingo | 22.12 | 7:19 AM

Discussões sobre sustentabilidade na mineração marcam II Fórum CBPM

Durante o dia, foram debatidas pautas envolvendo o impacto econômico da mineração na Bahia e práticas de ampliar a energia limpa

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Com mais de 150 convidados, entre autoridades políticas, empresários e especialistas do setor mineral da Bahia e do Brasil, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e o Grupo A TARDE promoveram nesta terça-feira, 17, o II Fórum CBPM Mineração e Sustentabilidade para debater os impactos de ações sustentáveis no setor de mineração, como a transição energética e políticas ESG.

A Bahia é o terceiro maior produtor de minerais do Brasil, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), através do Informativo Desempenho Mineral (IDM) de 2021. O estado está em desenvolvimento de projetos de empresas como a Appian Capital, Galvani, Equinox e Largo, e também se prepara para tornar-se o terceiro maior produtor de minério de ferro do país.

Durante o dia, foram debatidas pautas envolvendo o impacto econômico da mineração na Bahia e práticas de ampliar a energia limpa e renovável do setor no estado. Com uma programação diversificada, o fórum abordou a “Transição energética: cenário atual e desafios”, “ESG e boas práticas na mineração”, “Ações da iniciativa privada para a sustentabilidade” e “Caminhos para o desenvolvimento sustentável da mineração”.

O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballa, ressalta que, atualmente, a Bahia aproveita o boom do setor para ampliar as possibilidades sustentáveis através da transição energética com objetivo de amenizar a crise climática.

“Nós temos uma grave crise climática e a cada dia que passa, o agravamento dela pressiona naturalmente para que a gente tenha a substituição da energia de combustíveis fósseis, que gera tanto carbono, para uma energia limpa que garanta, portanto, uma estabilidade na nossa atmosfera. Os minerais são essenciais para que você tenha placas solares, para que você tenha as hélices dos cataventos da energia eólica. Você pode ter as baterias. Hoje, o que temos é a oportunidade de ouvir a sociedade, dialogar com as pessoas, esclarecer as informações e derrubar mitos. Nosso trabalho hoje visa exatamente isso: construir políticas públicas que gerem desenvolvimento econômico e social”, disse o presidente da CBPM.

Presidente da CBPM, Henrique Carballal
Presidente da CBPM, Henrique Carballal | Foto: (Foto: Olga Leiria / Ag. A Tarde)

A Bahia, portanto, foi o cenário imprescindível para a realização do evento, já que é reconhecida por ser o terceiro maior produtor de minerais do Brasil. O vice-presidente do Brazil Iron, Emerson Souza, ressalta que essa oportunidade é única para o estado, que também é rico em recursos para fomentar o desenvolvimento econômico e ambiental através do setor.

“Esse evento reflete algo que é uma característica do atual governo do estado da Bahia que é a coragem de trazer para a discussão uma pauta tão importante que impacta diretamente na vida das pessoas, na economia e, que muitas vezes, é entendido como algo equivocado. A Bahia vive hoje um momento ímpar, num ponto em que a transição energética como o terceiro maior produtor de minérios do Brasil, mas também na capacidade de produção de minérios e na qualificação de energias renováveis”, disse Emerson Souza, vice-presidente do Brazil Iron.

A vice-presidente de Sustentabilidade da Associação Comercial da Bahia (ABC) e presidente da Fundação Baía Viva, Isabela Silva Suárez afirmou em sua apresentação o quão necessário é aliar as pautas de sustentabilidade ao turismo, e mais uma vez, ressaltou a satisfação que é levantar essa pauta em Salvador. Para a advogada, a riqueza de recursos da Bahia é o cenário ideal para fomentar a discussão envolvendo a mineração.

“Fico muito satisfeita com tantos fóruns como esse sendo realizados em nossa cidade, principalmente porque enaltece recursos naturais que são abundantes no estado da Bahia. E além disso, para quebrar uns mitos e paradigmas de que é esse tipo de atividade não seria sustentável. Então o que a gente vê aqui hoje é uma conclusão em torno do tema de que toda atividade que ela é regular, ela pode ser sustentável. O que não é sustentável é a legalidade da atividade. Então não faz sentido a Bahia com essa abundância de recursos naturais e sua mineração, em relação a todas as estatísticas que foram mostradas, não se fazer, não aproveitar toda essa oportunidade em função de sustentabilidade”, disse Isabela Suarez, vice presidente da Associação Comercial da Bahia (ABC).

Isabela Suarez, vice presidente da Associação Comercial da Bahia (ABC)
Isabela Suarez, vice presidente da Associação Comercial da Bahia (ABC) | Foto: (Foto: Uendel Galter/ Ag A TARDE)

O impacto ambiental que a mineração pode causar e a importância de se aplicar práticas sustentáveis para amenizar os danos ao meio ambiente também estiveram na discussão. Para o presidente do Ibrades, Georges Humbert, é importante ressaltar o quanto a mineração impacta na vida econômica e pessoal da sociedade.

“A mineração, claro, causa um impacto, e muitas vezes até um dano ambiental, como foi o caso de Brumadinho. Mas o setor também salva vidas, principalmente no campo da saúde, desde a produção de medicamentos e equipamentos que passam pela necessidade de insumos minerais. Além disso, é um campo que fomenta o emprego e a renda. Aqui eu abordei sobre como o poder legislativo pode colaborar para o desenvolvimento mineral na Bahia”, disse Humbert.

Presidente do Ibrades, Georges Humbert
Presidente do Ibrades, Georges Humbert | Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde.

Figura também importante para o acompanhamento do setor da Bahia a nível nacional, a Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão importante na promover a gestão dos recursos minerais da União, bem como a regulação e a fiscalização das atividades para o aproveitamento dos recursos minerais no País, também marcou presença no evento e ressaltou o quão importante é, o setor se preparar para mudanças sustentáveis, através de novas práticas limpas.

“Já estamos bastante engajados em novas resoluções, principalmente sobre a questão de barragens, de controle e de gerenciamento de barragens. Vamos discutir agora sobre pilhas, que é uma forma de disposição de rejeitos. Temos uma agenda regulatória que prevê algumas iniciativas de indução de comportamento mais amigáveis, uma exceção da mineração em comunidades, com respeito das suas culturas, mas também promover determinadas outras potencialidades que a comunidade tem e que não fiquem meramente atreladas à mineração. Temos também um compromisso com o fechamento de mina, a destinação daquela área para que ela seja amigavelmente recepcionada pela comunidade. A outra é a ampliação do diálogo intercultural, que é entender a cultura, entender as motivações, os interesses daquela comunidade e poder fazer esse diálogo, uma interna opção produtiva, proativa, prospectiva e propositiva”, disse Mauro Sousa, diretor geral da ANM

Mauro Sousa, diretor geral da ANM
Mauro Sousa, diretor geral da ANM | Foto: (Foto: Olga Leiria / Ag. A Tarde)

No evento estiveram presentes figuras como o presidente da CBPM, Henrique Carballal, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, a vice-presidente de Sustentabilidade da ABC, Isabela Suarez, o presidente do Ibrades, Georges Humbert, o diretor de Relações Institucionais do IBRAM, Rinaldo Mancin, o country manager da Homerun Resources Inc, Antonio Vitor, o diretor-geral da ANM, Mauro Sousa, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, o secretário do Trabalho, Emprego e Renda, Davidson Magalhães, o deputado estadual, Niltinho e entre outras figuras públicas e empresariais.

 

Fonte: A Tarde

Foto: Olga Leiria / Ag. A Tarde