quinta-feira | 07.11 | 2:57 AM

Grupo terapêutico leva cuidados de saúde mental para trabalhadoras da rede de ensino

A iniciativa oferece um espaço de acolhimento e troca, onde as participantes compartilham suas trajetórias.

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Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) iniciou os encontros do grupo terapêutico “Mulheres”, dedicado exclusivamente às trabalhadoras da rede municipal de ensino de Salvador. A iniciativa, que foca na saúde mental, oferece um espaço de acolhimento e troca, onde as participantes compartilham suas trajetórias, fortalecem suas identidades e promovem um sentimento de valorização e reconhecimento mútuo, por meio de rodas de conversa, reflexões e dinâmicas coletivas.

Os encontros presenciais ocorrem às terças à tarde para a primeira turma e às quartas pela manhã para a segunda, atendendo cerca de 20 professoras por turma. Com frequência semanal, os encontros acontecem até o dia 18 de dezembro no Centro de Apoio e Atenção ao Educador Tereza Cristina Santos, localizado na Praça da Inglaterra, no Comércio.

Luciene Maria, coordenadora do espaço, explica que a iniciativa tem como foco a saúde das profissionais, destacando a importância do bem-estar e do cuidado emocional para aquelas que atuam na educação pública.

“As responsabilidades da profissão, somadas ao fato de que as mulheres são desde cedo incentivadas a cuidar do outro, fazem com que muitas carreguem o peso do mundo nas costas, sem cuidar de si mesmas. Queremos refletir sobre essa sobrecarga, discutir o autocuidado e estabelecer limites para o corpo e a mente”, afirmou.

Amanda Barreiros, psicóloga da Smed responsável pelas dinâmicas, afirma que as atividades são planejadas para promover o compartilhamento de vivências e experiências, em que cada participante se fortalece por meio do relato da outra.

“Mesmo sem ter vivido a mesma situação, o ato de compartilhar gera uma sensação de pertencimento, valorização e reconhecimento mútuo. A trabalhadora precisa estar com a saúde mental em boas condições para desempenhar um bom trabalho e, também, para ter uma vida pessoal equilibrada, realizando outras atividades de forma saudável”, complementou.

Luísa Farias Montenegro, de 68 anos, professora do Ensino Infantil no Cmei Luís Eduardo Magalhães, atua na educação há aproximadamente 25 anos. Próxima da aposentadoria, ela compartilha a necessidade de encontrar um espaço onde possa ser ouvida.

“Às vezes, me sinto muito sozinha e preciso validar esses sentimentos. Vi uma nota sobre esse grupo e já sabia da inauguração deste centro. Fui atrás da inscrição, consegui com o apoio da diretora da escola, e agora estarei aqui para esses encontros. Estou muito feliz por ter a oportunidade de ser acolhida”, contou.

Rejane de Carvalho Clementino, de 44 anos, é Auxiliar de Desenvolvimento Infantil na Escola Municipal Alfredo Amorim. Parente de Tereza Cristina Santos, que dá nome ao espaço dos encontros, ela aproveitou a oportunidade para ser acolhida e desacelerar da rotina de trabalho. “Querendo ou não, o trabalho mexe muito com o psicológico, e, na realidade, quando paramos para descansar, não conseguimos relaxar completamente, pois estamos sempre pensando no trabalho”, afirmou.