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Elevador do Taboão é reativado após mais de seis décadas de abandono

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Foto: Bruno Concha/Secom

Após mais de seis décadas de desativação, o elevador do Taboão, um dos equipamentos públicos históricos de Salvador, voltou a funcionar.  O elevador é responsável por fazer a ligação entre o Pelourinho e o Comércio, passou por obras de revitalização promovidas pela Prefeitura e, agora, se junta a outras opções de transporte disponíveis a soteropolitanos e turistas que se deslocam entre as cidades Baixa e Alta, como o Elevador Lacerda, planos inclinados Liberdade/Calçada, Gonçalves e Pilar. 

O projeto de recuperação do Elevador do Taboão foi cedido para a Prefeitura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (Iphan-BA) e contou com um investimento de R$5,4 milhões, provenientes de recursos municipais. A expectativa é que, com a reativação, o ascensor se torne novo cartão postal da cidade, contribuindo não apenas para a mobilidade dos pedestres como, também, para impulsionar o turismo e economia local.

Repaginada – Havia forte apelo dos moradores e comerciantes para que o Elevador do Taboão fosse revitalizado. A intervenção contemplou a restauração integral da estrutura e das duas estações de acesso nos níveis inferior e superior. Envolveu, ainda, a modernização das instalações, buscando adequar a construção às normas técnicas vigentes, inclusive de acessibilidade universal.

Além disso, o elevador ganhou áreas com mesas e sanitários. Já as duas cabines, com capacidade para 13 pessoas cada, foram climatizadas e tiveram aspecto completamente moderno com materiais e coloração que não desvirtuam da estética da estrutura original, integrando-se perfeitamente ao resgate do uso original do equipamento.

Funcionamento –  O equipamento funciona de e segunda a sexta-feira e terá o funcionamento gratuito por período indeterminado. A capacidade do elevador é de até 14 pessoas por viagem, mas devido à pandemia, serão transportadas, no máximo, oito pessoas por viagem.

História – Inaugurado em 19 de janeiro de 1896 pela companhia Linha Circular de Carris da Bahia, o Elevador do Taboão, assim como o Lacerda, foi símbolo da modernização e marco da arquitetura em ferro na Bahia no final do século XIX. O equipamento foi inserido em um projeto de melhorias urbanas em Salvador durante o segundo mandato de Antônio Gonçalves Martins (entre 1868 a 1871), o Barão de São Lourenço.

De acordo com registros divulgados pelo Iphan, os dois ascensores não significaram apenas uma simples importação tecnológica – o maquinário foi construído na Inglaterra, na oficina de W.G. Armstrong de New Castle, a mesma que forneceu para o Elevador Lacerda -, mas uma adaptação de concepções de transportes verticais prediais europeus às condições geográficas baianas, assim como uma inovação no modelo urbano encravado na rocha.

Além disso, a engenharia e arquitetura que compõem o ascensor do Taboão marcaram época. As suas torres foram construídas com réguas de ferro chumbado cruzadas, com desenhos simétricos em forma de curva ou parábola.

O Elevador Taboão chegou a ser conhecido na cidade como “A Balança” e teve grande importância, ligando locais de moradia e de trabalho, oferecendo maior rapidez e facilitando a circulação da população. Funcionava diariamente, das 6h às 11h, custando 100 réis a passagem. As operações duraram 65 anos até que a desativação ocorresse, em 1959, num processo que deu início à degradação do ascensor.

Com informações – Secom/Prefeitura de Salvador

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